15.5.09

Dossiê das Organizadas - Parte I

Em 1942, torcedores cariocas criaram a primeira torcida organizada do Brasil, a "Charanga do Flamengo", com o objetivo de incentivar a equipe com músicas. Entre os anos 80 e 90, as torcidas organizadas se multiplicaram por todo o país, entretanto muitas não se espelharam na pacífica Charanga, mas sim nos vândalos hooligans europeus.

Muitos torcedores ditos organizados, vão ao estádio determinados a brigar, pouco importando o resultado da partida. A população brasileira se acostumou a ver entre os melhores momentos de uma partida e outra, cenas de barbárie nas arquibancadas e imediações dos estádios.

Com raras exceções, como e ninguém cala, esse nosso amor, e é por isso que eu canto assim é por ti fogo da "Loucos Pelo Botafogo" e eu sempre te amarei, onde estiver estarei, oh meu mengão da "Jovem Fla", o que se houve nos estádios brasileiros são palavrões impublicáveis neste blog, provocações e apologia a violência.

O desvirtuamento das torcidas também pode ser notado nos seus escudos e logomarcas, pois os amigáveis mascotes dos clubes são representados como verdadeiros monstros mal encarados, como na imagem ao lado.

As torcidas organizadas crescem de tal maneira que em alguns casos a organizada se confunde com o próprio clube, como, por exemplo, Corinthians e Gaviões da Fiel, Fortaleza e Leões da TUF, Ceará e Cearamor... Aliás, quando há um "Clássico Rei" (como é conhecido o jogo entre Fortaleza e Ceará), as camisas das organizadas representam a maioria esmagadora do estádio, esse fato, aliado às brigas e aos gritos de guerra que só se preocupam em provocar o adversário, dá a impressão que a disputa está nas arquibancadas, para saber qual torcida tem os integrantes mais barulhentos e fortes.

A tese da extinção das torcidas organizadas é defendida por muitos, inclusive pelo renomado jurista Fernando Capez. Mas a simples proibição de nada adiantará. O poder público precisa fazer o mesmo que foi feito na Europa com os hooligans, identificar os vândalos e puni-los com a proibição de ir a estádios e a imputação de prestação de serviços a comunidade.

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