7.11.08

Sofrimento Sertanejo

Setembro. Somente sol. Sementes secas, solos sulcados*, sabiás silentes, siriguelas sem sumo, sem sabor. Severino Santos Silva só sonha ser saudável. Sofrido, sem sorte, semblante sombrio, suado, sujo, sedento, segregado socialmente... Seu sacho* sucumbe. Sai, sapupara. Sentenciado Severino suspira. Só sobra seguir senda*, Sul, sem saber se sobreviverá.

* Sulcados: que apresenta sulcos, buracos.
* Sacho: pequena enxada.
* Senda: caminho, rota.

Papel

O que Esperar de Obama?

Em primeiro lugar, como bom democrata que é, Obama dificilmente envolverá os Estados Unidos em novos conflitos armados. As tropas estadunidenses devem deixar Iraque e Afeganistão aos poucos. De certa forma o mundo terá um pouco mais de tranqüilidade, entretanto os fundamentalistas islâmicos podem se aproveitar da situação para iniciar uma nova onda de ataques terroristas. Portanto, Estados Unidos e seus aliados não devem baixar a guarda, a diferença é que agora ficarão na defensiva.

O mundo inteiro festejou a vitória de Obama, especialmente os países sub-desenvolvidos, alegando que um negro seria mais humano com os outros países. Pode ser, mas não se pode esquecer que antes de ser negro, Obama é norte-americano... O seu discurso é populista, mas tão nacionalista quanto o de McCain.

Aliás, em termos econômicos, democratas são mais protecionistas do que republicanos. Isso sem dúvida irá de encontro aos interesses do Brasil. Vale ressaltar que durante a campanha, McCain disse que reduziria os subsídios agrícolas e adotaria o etanol brasileiro, enquanto Obama silenciou sobre o tema.

Obama venceu com o slogan: "A esperança é maior que o medo". Resta-nos, assim como os estadunidenses, ter esperança!

Papel

5.11.08

Humanos e espaços

Nas fazendas e sítios, os galos são mantidos em galhinheiros isolados, sem algum acompanhante da mesma espécie. O motivo disso é que, se colocado dois ou mais no mesmo espaço fechado, eles começariam a brigar pelo território.
Com os seres humanos não parece ser muito diferente, seu instinto animal vem à tona quando se sentem pressionados num espaço que vai diminuindo, enquanto a população vai aumentando. Daí surgem hierarquias, dominantes e dominados, consequentemente a desigualdade social, e quem saem perdendo são os mais fracos, ou mais pobres no sentido capitalista, e eles não pretendem ficar passivos, eles querem suas partes de território.
Território esse não só geográfico, mas também social, porque nesse sistema, a luta pelo status ganha espaço para quem quer participar de uma sociedade homogênea. Quando alguém não consegue esse status, aparecem as margens do sistema, os erros de organização, a quebra da regra geral, para alcançar o tão sonhado espaço que, teoricamente, todos deveriam ter.
Todos esses fatores estão presentes nas megalópoles, já que são grandes centros de oportunidades, muitas pessoas visam essas cidades, e começam a migrar, ou de áreas rurais ou de cidades menores onde a esperança é menor. Fora isso, as taxas de natalidade das megalópoles, muitas vezes, são elevadíssimas, deixando a cidade superpopulosa, e fazendo com que a oferta seja menos que a demanda.
O problema dos galos já foi resolvido, mas com o ser humano a situação é mais delicada, se o problema está na organização ou na falta de incentivo, ele tem de ser remediado o mais breve possível, antes que mais gente sofra com a falta de espaço.



Musashi.

3.11.08

Papo Aberto - Crise Econômica

Surgiram quatro teorias sobre o atual quadro financeiro:

I) O capitalismo está em crise, o que na realidade é uma constante nesse sistema financeiro. O fim desse sistema está próximo e o socialismo pode retornar.

II) O capitalismo passa por uma crise e poderá ser substituído por outro sistema financeiro, entretanto essa mudança será a longo prazo, pois não há atualmente nenhum outro sistema viável.

III) Não há crise nenhuma. O capitalismo é desumano por natureza. O desequilíbrio entre produção e consumo é uma constante do sistema, o que o torna insustentável.

IV) O ser humano é capitalista por natureza. Todos os sistemas financeiros anteriores eram capitalistas, pois a negociação de produtos sempre esteve presente. Portanto, o capitalismo não ruirá. As perdas atuais podem ser facilmente compensadas com uma nova revolução industrial que pode ser iniciada pelos combustíveis renováveis.